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O que fazer em Amsterdam: Casa de Anne Frank

Atualizado em:

Nunca li o livro, mas já tinha lido sobre a história e sempre tive muita vontade de conhecer. Como toda boa atração turística, sua fila é quilométrica e requer um planejamento maior durante a viagem, por isso ainda não tinha tido a oportunidade de visitar! Quando resolvi voltar pela terceira vez a Amsterdam decidi que dessa vez não passava. Eu precisava conhecer a Casa de Anne Frank, uma das principais atrações da cidade.

O que fazer em Amsterdam: Casa de Anne Frank

Quem foi Anne Frank

Anne Frank nasceu em 12 de junho de 1929, em uma família judia que vivia há muitas gerações em Frankfurt. A crise econômica da época, a ascensão de Hitler ao poder e o crescimento do antissemitismo fizeram com que Otto Frank e a sua mulher Edith deixassem a Alemanha.

O que fazer em Amsterdam: Casa de Anne Frank

Photo collection Anne Frank House, Amsterdam. Public Domain Work

Após se estabelecerem em Amsterdam, Otto abriu um negócio, as meninas passaram a frequentar uma escola e a mãe cuidava da casa. A vida parecia que tinha se normalizado mas à medida que a ameaça de guerra começou a crescer na Europa, Otto e a sua família tentaram emigrar para a Inglaterra e Estados Unidos, sem sucesso. Em  1 de setembro de 1939 a Alemanha invadiu a Polônia e assim começou a Segunda Guerra Mundial.

O que fazer em Amsterdam: Casa de Anne Frank

Photo collection Anne Frank House, Amsterdam

No dia 10 de maio de 1940, as tropas alemãs invadiram a Holanda e cinco dias depois a Holanda se rendeu. Com o país totalmente ocupado, as leis contra os judeus foram aplicadas, afetando a vida pessoal da família de Anne, assim como os negócios de seu pai.  Após mais uma tentativa frustrada de emigração para os Estados Unidos, a família não teve outra escolha a não ser se esconder.

Assim, começou a ser preparado esconderijo no prédio onde estava localizada a empresa de Otto Frank. No dia 5 de julho de 1942, Margot Frank, irmã de Anne, recebeu uma convocação para se apresentar para o campo de trabalho forçado na Alemanha. No dia seguinte a essa convocação, a família Frank foi para o esconderijo. Junto deles foi também a família Van Pels, cujo pai trabalhava com Otto, e alguns meses depois a oitava pessoa, o dentista Fritz Pfeffer, chegou ao esconderijo.

Foram 2 anos muito difíceis, enclausurados, no escuro, com cortinas fechadas em todas as janelas para que ninguem os visse. Não podiam frequentar escolas, passear à luz do sol, fazer barulhos… até para usar o banheiro tinha que ser com cuidado e em horários específicos, para que os funcionários da empresa não ouvissem o barulho da água passando pela tubulação, ou não ouvissem pegadas no piso. Alguns poucos funcionários sabiam da existência do anexo e ajudaram durante todo esse tempo, levando alimentos, roupas e livros. Eles eram o único contato do anexo com o mundo exterior.

Pouco antes de ir para o esconderijo, Anne ganhou um diário de aniversário. Durante todo o tempo escondida, o diário passou a ser seu melhor amigo, era pra quem ela “contava” tudo o que vivia lá dentro, todas suas angústias e seu dia a dia. Era também um passa tempo, já que ela não tinha muita opção dentro do anexo.

O que fazer em Amsterdam: Casa de Anne Frank

© Anne Frank House

Através da rádio inglesa, Anne soube que o Ministro da Educação pediu para as pessoas guardarem seus diários de guerra, e ela editou o seu  e decidiu criar um romance chamado “O Anexo Secreto”. Mas antes que conseguisse terminar, em 4 de agosto de 1944 eles foram descobertos através de uma denúncia anônima e foram deportados para Auschwitz. Dois dos funcionários da empresa que ajudavam a família também foram pegos e enviados para outro campo de concentração. Após a prisão, os funcionários que não foram pegos resgataram o diário de Anne e alguns papéis que ficaram no Anexo Secreto. Até hoje não se sabe quem fez a denúncia e como o esconderijo foi descoberto.

O pai de Anne, Otto Frank, foi o único das oito pessoas que sobreviveu à guerra. Ao voltar para Amsterdam, ele encontrou com os funcionários que lhe entregaram o diário de Anne. Diante dos textos da filha que diziam que queria se tornar escritora ou jornalista, e gostaria de ver seu diário publicado como um romance, ele decidiu fazer sua última vontade. Em 25 de junho de 1947, “O Diário de Anne Frank” foi publicado numa edição de 3.000 exemplares, que depois viraram muitas outras edições, traduções, peças de teatro e filme.  Em 1960 a Casa de Anne Frank virou um museu, e Otto passou o resto de sua vida envolvido com o livro, o museu e com campanhas pelo respeito dos Direitos Humanos, até 1980, quando morreu.

Como é a visita à Casa de Anne Frank

A casa de Anne Frank oferece um passeio incrível pelo esconderijo onde as 8 pessoas viveram por 2 anos. O tour é feito com hora marcada, se comprado antecipadamente pela internet. A quantidade de pessoas é limitada a cada hora, para que cada visitante tenha uma boa experiência durante a visita. O silêncio impera durante todo o percurso. As pessoas vão caminhando lentamente, prestando atenção em cada detalhe dos espaços e, possivelmente, se arrepiando com a história e com cada linha escrita nas paredes. Eu, pelo menos, me senti assim: muda, diante do que essas pessoas viveram. É possível visitar quase todos os ambientes onde eles ficaram escondidos. Atrás de uma estante de livros está a porta secreta do esconderijo. O lugar se mantém escuro, com janelas e cortinas fechadas, recriando o dia a dia das famílias que viviam ali. Entre um espaço e outro é possível ver páginas originais do diário de Anne Frank e frases do seu diário nas paredes.

O que fazer em Amsterdam: Casa de Anne Frank

© Anne Frank House / Photographer: Cris Toala Olivares

O quarto de Anne Frank mostra os artifícios que ela usava para se distrair e para deixar a vida mais leve. Recortes e colagens de estrelas do cinema, como Greta Garbo e Ginger Rogers, e imagens de revista ainda se encontram coladas na parede.

“Até agora nosso quartinho, com suas paredes brancas, estava muito nu. Graças a papai – que tinha trazido antes toda a minha coleção de cartões postais e de fotos de estrelas de cinema – e a um pincel e um pote de cola, pude cobrir as paredes com gravuras. Ficou muito mais alegre.”
Anne Frank, 11 de julho de 1942

 

“Ontem eu pendurei novamente algumas fotos de estrelas de cinema no meu quarto, mas desta vez com cantoneiras, assim posso retirá-las novamente quando quiser.”
Anne Frank, 18 de outubro de 1942

O que fazer em Amsterdam: Casa de Anne Frank

© Anne Frank House / Photographer: Cris Toala Olivares

O que fazer em Amsterdam: Casa de Anne Frank

© Anne Frank House / Photographer: Cris Toala Olivares

Em 2010, durante a celebração do 50º aniversário da Casa Anne Frank, a rainha Beatrix inaugurou a nova ala do diário no museu. As outras duas obras que estão em exposição são: Livro de Belas Frases – no qual Anne escrevia citações que achava interessantes – e Contos do Esconderijo, onde estão contos criados por ela mesma. Em 2009, a UNESCO adicionou as obras de Anne Frank ao patrimônio mundial para documentos, o chamado Registro Memória do Mundo (The Memory of the World Register).

É emocionante andar por esses cômodos pensando em tudo que passaram durante todo esse tempo escondidos e proibidos de viver a vida. Dá um nó na garganta e ao mesmo tempo um orgulho pela força dessas pessoas e dessa menina, que tão nova tinha pensamentos que poderiam mudar o rumo da guerra e do mundo.

Se não tem viagem marcada pra Amsterdam, mas se interessou pela história e pelo museu, faça uma visita virtual através desse link.

Perto da Casa de Anne Frank tem uma estátua em homenagem a essa menina tão pequena e tão inspiradora!

 O que fazer em Amsterdam: Casa de Anne Frank

Informações Gerais sobre a Casa de Anne Frank

Quanto custa:

Adultos: €9
10 a 17 anos: €4,50
0 a 9 anos: Free
Online tickets: €9 + €0,50 de taxa
European Youth Card: €4,50
Dutch Museum Card: free
Não tem entrada grátis com o I amsterdam City Card.
Não tem desconto com carteirinha de estudande ou ISIC.

  • Recomendo fortemente a compra do ingresso online com antecedência. Essa foi a minha terceira vez na cidade, e nunca consegui visitar a Casa de Anne Frank pois nunca me programei pra comprar com antecedência, e quando eu tentava visitar, a fila era sempre gigante, de dar a volta no quarteirão Então eu desistia! Dessa vez me organizei melhor e comprei os convites (1 eu ganhei e comprei os outros 2) e enfim consegui visitar esse lugar, que é um programa imperdível em Amsterdam.

 

Compre o ingresso antecipado no site oficial da Casa de Anne Frank.
Compre o combo ingresso antecipado para a Casa de Anne Frank + Passeio pelos canais aqui.
Compre o combo ingresso antecipado para a Casa de Anne Frank + Tour de ônibus aqui.
Compre o combo ingresso para a a Casa de Anne Frank + Tour Judaico por Amsterdam aqui.

Horário de funcionamento:

Novembro – Março
Dom-Sex | 9h às 19h. Sáb | 9h às 21h

Abril – Outubro
Seg-Dom | 9h às 22h

A entrada é permitida até 30 min antes do fechamento do museu, mas a fila para o museu se encerra antes. Dependendo de quão cheia ela estará, pode encerrar 2 horas antes do horário de fechamento do museu.

Exceções

  • 4 de Maio: Abre de 9h às 19h somente para pessoas que compraram tickets online.
  • 20 de Setembro: Abre de 9h às 19h
  • Fechado no Yom Kippur (em 2017 cairá em 30 de Setembro)
  • 4 de Novembro: Aberto de 9h às 18h.
  • 25 de Dezembro: Aberto de 9h às 17h
  • 31 de Dezembro: Aberto de 9h às 17h

 

De 9h às 15h30 o museu está aberto somente para visitantes que compraram o ticket online, para um horário específico. De 15h30 até o horário de encerramento, você pode comprar seu ingresso na hora.

 

Como chegar:

A Casa de Anne Frank  está localizada no centro de Amsterdam, no endereço: Prinsengracht 263-267. Da Centraal Station até lá, calcula-se em torno de 20 minutos de caminhada. Os trams 13, 14 and 17 and ônibus 170, 172 e 174 param bem próximos, na parada ‘Westermarkt’.

 

Se você curte a história de Anne Frank e quer conhecer um passeio alternativo à Casa de Anne Frank em Amsterdam, veja esse post do Ducs Amsterdam, que mostra um roteiro pela verdadeira casa da Anne Frank e um passeio pelo bairro onde ela morava, antes de se esconder dos nazistas.

 

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por Marianne Rangel

Meio carioca, meio niteroiense, é apaixonada por viagens, mapas e pôr do sol. Jornalista de formação, largou seu emprego estável onde trabalhava para viajar, e foi viver a vida incerta de travel blogger. Hoje viaja para trabalhar, e é muito mais feliz!

15 Comentários

Poliana Fabíula Cardozo

Eu já ouvi dizer que este é um dos melhores museus da Europa, me devo esta visita! Obrigada por compartilhar as dicas.

responder
angela

eu nunca tinha lido as condições de como ela escreveu o livro, achei realmente pesado..fico imaginando se a pessoa que fez a denúncia não sentiu um pingo de arrependimento depois 🙁 não conseguiria viver sabendo que mandei alguém pra morte

responder
Deisy Rodrigues

Quero muito visitar o museu, está na minha lista na cidade, já que gosto muito do livro.

responder
Claudia

Fui a Amesterdam e não fiz esse passeio. Confesso que acho triste demais, ainda que seja inspirador.

Clau

responder
Camila Lisbôa

Daquelas atrações imprescindíveis no mundo, né? Ainda não conheço, mas li o livro e sei que entrar nessa casa deve arrepiar…

responder
Keul Fortes

Amei visitar a Casa de Anne Frank através desse post. É muito emocionante esse lugar! Obrigada por ter compartilhado essa experiência.

responder
Marlise Vidal

Oi Marianne,
Que post bacana. E esta visita então!? Nossa, fiquei louca p conhecer. O livro sobre a vida dela é fantástico!!
Abs, Marlise

responder
Ana Paula Fidelis

Deve ser uma visita muito intensa… imaginar o que todas estas pessoas sofreram…
Adorei o post! Muitos detalhes interessantes! 🙂

responder
Gisele Almeida

Acredita que não visitei a Casa da Anne Frank na minha viagem a Amsterdam por conta da fila? Esse foi um grande aprendizado. Se quer mesmo visitar uma atração o melhor é comprar o ingresso com antecedência para garantir a visita. 🙂

responder
Eliana C. Pereira

Esse passeio é imperdível para quem visita Amsterdam… Mas ao mesmo tempo, é bem impressionante, já que vemos como essas pessoas viveram durante o período da guerra… Adorei o post!!! Está muito bem detalhado…

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